O que significa ser democrata atualmente? Como construir as comunidades políticas do futuro? Qual será então o alicerce dessas comunidades? Em O Fim da Democracia, publicado em 1994, pela Bertrand Brasil, Jean-Marie Guéhenno exibiu o atestado de óbito deste regime e indagou se a democracia sobreviveria após o ano 2000 e qual seria o futuro dos Estados-Nação. Agora, em O Futuro da Liberdade, o autor tenta estabelecer as novas condições da democracia dentro da globalização. Analisa os circuitos do poder na era digital e redefine os desafios de um debate democrático moderno. "A globalização faz de nós órfãos, pois não mais herdamos uma comunidade, pelo acaso do nascimento. Temos que construir a comunidade. E esta passagem de um mundo de comunidades de memória para um mundo de comunidades de escolha é uma liberdade difícil de carregar." Guéhenno analisa o significado do mercado e os efeitos da desintermediação política sobre as instituições públicas. Segundo o autor, a política não desapareceu, mas seu campo de ação está se deslocando. Essa desintermediação desfaz as fronteiras territoriais dos Estados-Nação; e também, no próprio interior dos Estados, a distinção entre interesses públicos e privados está perdendo parte de sua pertinência, com a gestão dos interesses públicos deixando de ser monopólio dos Estados, uma vez que estes sofrem hoje a concorrência de novos autores (empresas, certas categorias socioeconômicas, as comunicações, os lobbies).
